12 de janeiro de 2019

Lição 2- A Natureza dos Anjos - A Beleza do Mundo Espiritual


Lições Bíblicas do 1° trimestre de 2019 - CPAD | Classe: Adultos | Data da Aula: 13 de Janeiro de 2019
TEXTO ÁUREO
"Bendizei ao SENHOR, anjos seus, magníficos em poder, que cumpris as suas ordens, obedecendo à voz da sua palavra." (Sl 103.20)

VERDADE PRÁTICA
Os anjos são seres reais, espirituais e celestiais a serviço de Deus e enviados para ajudar os que vão herdar a salvação.
LEITURA DIÁRIA
Seg. Ne 9.6: Os anjos pertencem a uma ordem da criação de Deus
Ter. Jó 38,6,7: Os anjos testemunharam a criação do universo físico
Qua. Lc 2.13, 14: Os anjos estão organizados em milícias espirituais que povoam o céu
Qui. Cl 1.16: Os anjos são identificados na Bíblia de diversas formas
Sex.1 Tm 3.16: Os anjos assistiram o Senhor Jesus desde o anúncio do seu nascimento até a sua ascensão

Sáb. Hb 1.14: Os anjos são espíritos que servem a Deus e ao seu povo

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Lucas 1.26-35
26-     E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré,
27-     a uma virgem desposada com um varão cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria.
28-     E, entrando o anjo onde ela estava, disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres.
29-     E, vendo-o ela, turbou-se muito com aquelas palavras e considerava que saudação seria esta.
30-     Disse-lhe, então, o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus,
31-     E eis que em teu ventre conceberás, e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus.
32-     Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai,
33-     e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu Reino não terá fim.
34-     E disse Maria ao anjo: Como se fará isso, visto que não conheço varão?
35-     E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus.

HINOS SUGERIDOS; 21,489, 620 da Harpa Cristã

OBJETIVO GERAL
Mostrar os anjos como seres espirituais reais, cujo serviço glorifica a Deus e auxilia seu povo.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
I- Expor a identidade dos anjos;
II- Explicar a natureza e o ofício dos anjos;
III- Elencar a ordem hierárquica dos anjos.
IV- Destacar a relação de Jesus com os anjos a partir do Arcanjo Miguel.
 
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
A época contemporânea está em volta em misticismos de diversas origens. O Ocidente tem sido influenciado por religiões orientais e, por isso, há inclinações sobejas para uma espiritualidade centrada em criaturas espirituais e não no Criador. Porém, a Bíblia mostra que os anjos não são mitos nem lendas, mas seres espirituais que atuam na vida dos que se entregam a Cristo e o tem como Senhor de suas vidas. Portanto, nesta lição, devemos falar a respeito da identidade dos anjos, a natureza e ofício, a organização e a relação de Jesus, o Filho de Deus, com eles. Nesta semana contemplaremos a beleza do mundo espiritual.

INTRODUÇÃO
Os anjos estão presentes na Bíblia desde o livro de Gênesis até o livro de Apocalipse, e o número deles é incontável. Eles apareceram a muitas pessoas na história do povo de Deus, trazendo uma missão específica. A presente lição pretende mostrar que eles não são mitos nem lendas, mas seres reais, e continuam atuando na vida da Igreja.

PONTO CENTRAL
Os anjos são seres celestiais a serviço de Deus para auxiliar os salvos em Cristo.

I - OS ANJOS

1. Quem são eles?
Os anjos são uma classe de seres criados por Deus, assim como os seres humanos foram também criados. A palavra "anjo" chegou à nossa língua pelo latim angelus, uma transliteração do termo grego angelos, que a Septuaginta empregou para traduzir o hebraico mal'ak, "mensageiro, anjo". Na nossa cultura, quando se fala em anjo, todos entendemos o que isso significa; vêm à nossa mente os seres espirituais e sobrenaturais que habitam o céu. Mas o termo tem significado mais amplo.
2. Os gregos e os romanos.
O mundo grego usava angelos para um mensageiro ou embaixador em assuntos humanos, alguém que fala ou age em nome de quem o enviou. Foi essa a palavra usada na Septuaginta para traduzir o hebraico mal'ak.
Entre os romanos, a ideia não era diferente dos gregos.

3. Na Bíblia.
O termo mal'ak, na cultura judaica, indicava um ser celeste e espiritual dotado de poderes sobrenaturais e acima de qualquer humano (Sl 103.20; 2 Pe 2.11). Eles pertencem à corte de Javé no céu, onde o louvam e o servem (Is 6.2,3; Ap 5.11; 7.11). Convém nunca perder de vista que essa palavra se aplica também a mensageiros humanos; o profeta Ageu foi chamado de mal'al Yahweh, "o embaixador do SENHOR" (ARC) ou "enviado do SENHOR" (ARA). João Batista é outro exemplo do uso do termo para os humanos (Ml 3.1; Mc 1.2-4).

SÍNTESE DO TÓPICO I
A palavra anjo significa mensageiros. Nas Escrituras, os anjos sempre desempenharam essa função.

SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO

Quem são os anjos? O que eles fazem? Essas perguntas podem ser elaboradas na lousa ou em um slide, ou ainda, em um retroprojetor, Iniciar a aula fazendo essas perguntas, levando os alunos à reflexão acerca da identidade das criaturas espirituais que eles conhecem desde a infância, É possível que haja na classe pessoas que ouviram sobre a existência de anjos em outras tradições religiosas, mas nunca tiveram a oportunidade de refletirem de maneira madura sobre o que a Bíblia diz a respeito deles, Esta é uma grande oportunidade de apresentar o que as Escrituras dizem a respeito desses seres espirituais.

Aproveite também para mostrar a herança da palavra portuguesa "anjo" pela palavra latina "angelus", Mostre como exemplo de quanto somos devedores ao idioma que ajudou a fundar o Ocidente; o Latim.

II - OS SERES CELESTIAIS PARA SERVIR
1. Natureza.
Os anjos são criaturas espirituais e invisíveis aos seres humanos. Eles são sobrenaturais e, como os humanos, possuem natureza racional. São em grandes multidões no céu (Hb 12.22; Ap 5.11). Como criaturas, não são autônomos nem independentes; não agem como tal e nunca receberam adoração. A habitação deles é o céu, e eles veem sempre a face do Pai (Mt 18.10). Não possuem corpo físico ou material, mas podem se apresentar na forma humana, quando ocorrem as manifestações angelofânicas. Essas aparições ocasionais são bíblicas (Jz 13.6; Hb 13.2). Os anjos são assexuados, não se reproduzem nem estão sujeitos à morte (Mc 12.25; Lc 20.36).

2. Ofício.
Não é possível descrever todas as atividades dos anjos em tão pouco espaço. A Bíblia mostra a atuação deles nas diversas esferas no céu e na terra. Uma de suas atividades, e a principal delas, é louvar e glorificar a Deus (Sl 148.2; Ap 7.11,12). Eles executam obras em favor de homens e mulheres para socorrer e ajudar nas suas dificuldades, e são eles que levam os salvos ao lar eterno (Lc 16.22).
3. A ação dos anjos durante o ministério de Jesus.
Sua participação já começa antes mesmo do nascimento de Jesus, quando o anjo Gabriel anunciou a Zacarias o nascimento de João Batista (Lc 1.18,19), e seis meses depois, o nascimento de Jesus a Maria (vv. 26-31). Os anjos assistiram a Jesus durante todo o seu ministério terreno, na tentação do deserto, na agonia do Getsêmani, na sua ressurreição e na ascensão ao céu (Mc 1.13; Lc 22.43; Mt 28.2-6; At 1.10).

SÍNTESE DO TÓPICO II
Os anjos são criaturas espirituais invisíveis às pessoas. As principais funções deles são glorificar a Deus e fazer obras em favor dos seres humanos.

SUBSÍDIO DOUTRINÁRIO
"Esses seres angelicais executam as obras de Deus tanto no julgamento dos inimigos do povo de Deus como também dos crentes quando estes desobedecem a Deus. Eles revelam e comunicam a mensagem de Deus aos seres humanos. Há inúmeros fatos dessa natureza nas Escrituras, como o anúncio a Zacarias sobre o nascimento de João Batista e a Maria, sobre o nascimento do Senhor Jesus. Esses mensageiros celestiais assistiram os apóstolos Pedro e Paulo e o próprio Senhor Jesus. Foram eles que anunciaram às mulheres a ressurreição de Jesus e estiveram presentes na sua ascensão. [...] A Bíblia mostra diversas vezes os anjos socorrendo os servos e servas de Deus em suas lutas e dificuldades" (Declaração de Fé das Assembleias de Deus, Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.87).

III - AS HOSTES ANGELICAIS

A Bíblia menciona as categorias angelicais sem apresentar detalhes de sua natureza; somente se manifesta em alguns casos, como veremos a seguir.
1. Ás hierarquias angelicais.
O apóstolo Paulo inclui nessas hierarquias duas duplas de seres: "tronos e dominações" e "principados e potestades" (Cl 1.16). Alguns acham que
a primeira dupla seja uma referência às "coisas visíveis"; e as outras duas, às "coisas invisíveis". Uma tentativa sem sucesso. Os tronos estão localizados no céu (Dn 7-9; Ap 4.4), mas a literatura pseudoepígrafa dos antigos rabinos tem os tronos como seres celestes. A maioria dos expositores do Novo Testamento reconhece o termo "tronos" nesse contexto como classificação angelical. As dominações se referem aos poderes celestes (Ef 1.20,21). A explicação sobre os principados e potestades foi dada na lição passada.

2. Serafins e querubins.
São outras duas categorias de anjos sobre as quais a Bíblia revela algo mais do que as categorias anteriores. O termo serafim significa "flamejante, brilhante, refulgente". Os serafins são criaturas sobrenaturais associadas à glória de Javé e representam a presença, a grandeza e a majestade divinas (Is 6.2). Os querubins simbolizam a transcendência de Deus, o qual "habita entre os querubins" (1 Sm 4.4). Eles são representados como criaturas aladas colocadas no propiciatório da Arca do Concerto (Êx 25.18-20:37.7-9).

3. Arcanjos.
Esse termo significa chefe ou líder dos anjos. Essa palavra só aparece duas vezes na Bíblia, em: "com voz de arcanjo" (1 Ts 4.16) e "mas o arcanjo Miguel, quando contendia..." (Jd 9). Os tratados de teologia costumam incluir Gabriel como arcanjo. Miguel e Gabriel são os únicos anjos mencionados por nome na Bíblia. O nome "Miguel", mikhael em hebraico, significa "quem é semelhante a Deus?"; e "Gabriel", gvriel, "varão de Deus". As Escrituras Sagradas revelam existir mais seres no céu, da mesma natureza e com a mesma posição de arcanjo: "e eis que Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu fiquei ali com os reis da Pérsia" (Dn 10.13). Veja que a expressão "um dos primeiros príncipes" mostra existirem outros como Miguel.

SÍNTESE DO TÓPICO III
Há uma organização clara dos anjos no céu, mas sobre a natureza dessa hierarquia a Bíblia nos revela muito pouco.

IV - JESUS E O ARCANJO MIGUEL

O ministério dos anjos em relação a Jesus vem desde o anúncio do seu nascimento até a sua ascensão ao céu. Miguel é anjo e se inclui também nesse ministério.

1. A identidade de Miguel.
As Escrituras falam muito pouco a respeito desse anjo. 0 seu nome aparece cinco vezes na Bíblia, como "príncipes" (Dn 10.13,21; 12.1), arcanjo (Jd 9) e combatente contra Satanás e seus anjos (Ap 12.7). Alguns grupos religiosos ensinam que Miguel é o próprio Jesus Cristo. Esse pensamento não nos surpreende, pois um desses grupos é arianista. O que nos chama a atenção é o fato de outros grupos cristãos, que afirmam crer na Trindade, confundam o Criador com a criatura.

2. Uma diferença abissal.
Não é verdade que o Senhor Jesus Cristo seja o mesmo Miguel, pois há uma diferença abissal entre ambos: Jesus é Deus, o Criador e transcendente, Miguel é anjo, portanto, criatura (Jo 1.1-3; Cl 1.16,17; Jd 9). Jesus é adorado até pelos anjos, e isso inclui o próprio Miguel; no entanto, Miguel, sendo anjo, não pode ser adorado (Hb 1.6; Ap 19.10; 22.8,9).  Jesus é o Senhor dos senhores, e Miguel é príncipe (Ap 17.14; Dn 10.13,21). Não se deve, portanto, confundir o Criador com a criatura.

SÍNTESE DO TÓPICO IV
Há uma diferença abissal entre Jesus Cristo e o Arcanjo Miguel: este é príncipe, aquele é o Senhor dos senhores.

SUBSÍDIO DOUTRINÁRIO
"A Bíblia afirma com frequência que Jesus é Deus: 'No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus'(Jo 1.1); 'Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade’(Cl 2.9). [...] As suas obras revelam também a sua divindade. Ele é o absoluto soberano e criador de todas as coisas, Ele é a fonte de vida, autor do novo nascimento, habita nos fiéis, dá a vida eterna, inspirou também os profetas e apóstolos, perdoa pecados, é adorado pelos humanos, pelos anjos, na terra e no céu. Possui títulos divinos, como "Eu Sou", o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, e o Senhor dos Senhores" (Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.51).

CONCLUSÃO
A Bíblia traz muitas informações acerca dos anjos e, apesar das inúmeras referências bíblicas, ainda muito pouco sabemos a respeito de quem eles são e do que fazem. A diferença entre os anjos e os humanos está, entre outras, no fato de que a nós o Criador deu a capacidade reprodutiva e, para tal, quando criou o ser humano, criou um casal que geraria outros da mesma espécie. Os anjos não se reproduzem.
PARA REFLETIR
A respeito de "A Natureza dos Anjos" responda:

• O que indica, na cultura judaica, o termo hebraico para anjo?
O termo maí'ak, na cultura judaica, indicava um ser celeste e espiritual dotado de poderes sobrenaturais e acima de qualquer humano (Sl 103.20; 2 Pe 2.11).

• O que são as manifestações angelofânicas na Bíblia?
Manifestações angelofânicas são os anjos, que não possuem corpo físico ou material, se apresentarem na forma humana.

• Que são os serafins e os querubins?
Os serafins são criaturas sobrenaturais associadas à glória de Javé e representam a presença, a grandeza e a majestade divinas (Is 6.2). Os querubins são representados como criaturas aladas colocadas no propiciatório da arca do concerto (Êx 25.18-20; 37.7-9).

• Cite uma passagem bíblica que mostra existirem mais seres angelicais da mesma categoria do arcanjo Miguel.
"E eis que Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu fiquei ali com os reis da Pérsia" (Dn 10.13).

• Por que o Senhor Jesus não pode ser o mesmo arcanjo Miguel? Cite duas razões e as respectivas citações bíblicas.
Jesus é adorado até pelos anjos, e isso inclui o próprio Miguel; no entanto, Miguel, sendo anjo, não pode ser adorado (Hb 1.6; Ap 19.10; 22.8,9). Jesus é o Senhor dos senhores, e Miguel é príncipe (Ap 17.14; Dn 10.13,21).

Lições Bíblicas 1° Trimestre de 2019, Adultos – CPAD


Texto Áureo
"Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca." (Mt 26.41)
Verdade Prática
Batalha Espiritual é uma realidade bíblica que consiste na luta contínua da Igreja contra o reino das trevas.
LEITURA DIÁRIA
Seg. Lc 10.17-19: Jesus deu poder à sua Igreja para subjugar os demônios
Ter. At 13.9-11: A pregação do Evangelho é a declaração de guerra contra o reino das trevas
Qua. At 16.16-18: Devemos nos precaver contra as manifestações malignas
Qui. 2 Co 10.4: As armas da nossa milícia são espirituais e poderosas em Deus
Sex. Ef 6.13: Podemos, com ajuda do Senhor, resistir ao mal e continuar firme
Sáb. Tg 4.7: Duas coisas importantes: submissão a Deus e resistência ao Diabo

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 Pedro 5.5-9
5- Semelhantemente vós, jovens, sede sujeitos aos anciãos; e sede todos sujeitos uns aos outros e revesti-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.
6- Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que, a seu tempo, vos exalte,
7- lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.
8- Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar;
9- ao qual resisti firmes na fé, sabendo que as mesmas aflições se cumprem entre os vossos irmãos no mundo.

HINOS SUGERIDOS: 28, 270, 305 da Harpa Cristã

OBJETIVO GERAL

Expor a realidade bíblica da Batalha Espiritual, identificando as crenças errôneas de uma pseudobatalha espiritual.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
I- Apresentar o conceito de Batalha Espiritual, ressaltando sua realidade bíblica e distorções;
II- Pontuar as principais "crenças" da pseudobatalha espiritual;
III- Desconstruir por meio da análise bíblica as "crenças" da pseudobatalha espiritual.

• INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Vamos iniciar mais um trimestre. Estudaremos a respeito da "Batalha Espiritual". Por meio das Escrituras, veremos que o assunto não pode ser ignorado, pois há uma Batalha Espiritual real, mas também devemos ser cuidadosos quanto à superstição religiosa muito viva em nosso país. Precisamos de uma visão bíblica e equilibrada!

Ao introduzir a lição, apresente o comentarista deste trimestre. Trata-se do pastor Esequias Soares, líder da igreja evangélica Assembleia de Deus em Jundiaí. Presidente da Comissão de Apologética da CGADB. É graduado em Hebraico pela Universidade de São Paulo. Mestre em Ciências da Religião. É também autor de diversos livros, dentre eles: Manual de Apologética Cristã, Heresias e Modismos e A Razão da Nossa Fé, todos publicados pela CPAD.
INTRODUÇÃO

A Batalha Espiritual é o tema do trimestre que estamos iniciando. Basta uma olhada na leitura diária para confirmar a menção do assunto nas Escrituras. Mas existe uma onda extravagante que surgiu na década de 1960 e que tenta se passar por batalha espiritual.

A presente lição apresenta o equilíbrio doutrinário que servirá como ajuda para ninguém subestimar o assunto.

PONTO CENTRAL
A Batalha Espiritual consiste na luta contínua da Igreja contra o reino das trevas.
I - A BATALHA ESPIRITUAL

A autêntica batalha espiritual tem fundamentos bíblicos, mas nem tudo o que se diz ser batalha espiritual tem sustentação nas Escrituras.

1. Conceito de Batalha Espiritual.
A Bíblia afirma "que todo o mundo está no maligno" (1 Jo 5.19). Assim, existem seres malignos e espirituais que desde o princípio conspiram contra Deus e contra a humanidade para a destruição e o caos no mundo. Primordialmente, os demônios existem; eles são reais e manifestam-se de várias maneiras, em princípio, nas pessoas possessas, e tais espíritos precisam ser expulsos. Por conseguinte, os cristãos se opõem a essas forças malignas pela pregação do evangelho, a oração e o poder da Palavra de Deus. A essa oposição dos crentes denominamos "batalha espiritual".

2. Uma realidade bíblica.
O tema principal da Primeira Epístola do apóstolo Pedro é o sofrimento do crente por causa do nome de Jesus. Esse sofrimento resulta da nossa contínua luta espiritual contra o pecado e contra o indiferentismo religioso. Mas, ao encerrar a sua epístola, o apóstolo esclarece que tudo isso parte de Satanás e seus agentes: "Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar" (v.8).

3. O que não é Batalha Espiritual.
O que geralmente se chama de "batalha espiritual" por alguns é um modelo não bíblico e nocivo à fé cristã. Os mentores dessa doutrina pinçam a Bíblia aqui e ali e adaptam as passagens selecionadas para ajustá-las às suas próprias experiências. Trata-se de uma cosmovisão abrangente de culturas antigas como a da Mesopotâmia e do Egito, influenciada pela magia e pelo ocultismo.* Era na época um mundo cheio de forças ocultas em que os homens viviam procurando se proteger de deuses e demônios malévolos. É uma estrutura muito próxima do ocultismo contemporâneo com a doutrina dos espíritos territoriais, maldição hereditária ou de família com os rituais de libertação.

SÍNTESE DO TÓPICO I
Há fundamento bíblico para a verdadeira Batalha Espiritual, mas é preciso ter cautela com as superstições religiosas.

SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Após introduzir a lição e "apresentar" o pastor Esequias Soares, mostre aos alunos os objetivos da presente lição. Diga a eles que, como introdução ao estudo deste trimestre, o objetivo da presente aula é conceituar a expressão "Batalha Espiritual", pontuar as falsas crenças da "pseudobatalha espiritual'' e desconstruí-las por meio das Escrituras Sagradas. A lição desta semana está estruturada nesse tripé.

II - PRINCIPAIS CRENÇAS DA PSEUDOBATALHA ESPIRITUAL

As inovações mais chocantes que se pregam por aí são o mapeamento espiritual, a maldição hereditária e a ideia de que um salvo pode ser possuído pelos demônios.

1. Mapeamento espiritual.
A doutrina consiste na crença de que Satanás designou seus correligionários para cada país, região ou cidade. O evangelho só pode prosperar nesses lugares quando alguém, cheio do Espírito Santo, expulsar esse espírito maligno. Em decorrência, surgiu a necessidade de uma geografia espiritual, o mapeamento espiritual. Os espíritos territoriais são identificados por nomes que eles mesmos teriam revelado, com as respectivas regiões que eles supostamente comandam. Essas pessoas acreditam que tudo isso se baseia na Bíblia (Dn 10.13,20; Mc 5.10).

2. A maldição hereditária.
A doutrina resume-se nisso: se uma pessoa tem problemas com adultério, pornografia, divórcio, alcoolismo ou tendências suicidas é porque, no passado, alguém de sua família, não importa se avós, bisavós ou tataravós, teve esse problema. Desse modo, a pessoa afetada pela maldição hereditária deve, em primeiro lugar, descobrir em que geração seus ancestrais deram lugar ao Diabo. Uma vez descoberta a tal geração, pede-se perdão por ela, e, dessa forma, a maldição de família será desfeita. É uma espécie de perdão por procuração, muito parecido com o batismo pelos mortos praticado pelos mórmons. Os que defendem essa doutrina pinçam as Escrituras em busca de sustentação bíblica (Êx 20.5; Dt 5.9; Is 8.19).

3. "Crentes endemoninhados".
Esses pregadores ensinam que "o homem é um espírito que tem alma e habita num corpo" (Kenneth Hagin). Partindo desse falso conceito teológico, afirmam que o Espírito Santo habita no espírito humano no processo de salvação; e que os espíritos imundos "estão relegados à alma e ao corpo do cristão". Os promotores dessa doutrina costumam apelar para o estado psicológico de Saul depois que ele se afastou de Deus (1 Sm 16.14; 18.10; 19.9), o caso de Judas Iscariotes (Lc 22.3), além de Ananias e Safira (At 5.3).


SÍNTESE DO TÓPICO II
As principais “crenças" da pseudo-batalha espiritual são o Mapeamento Espiritual, a Maldição Hereditária e Possessão Demoníaca de Cristãos.

SUBSÍDIO APOLOGÉTICO
"[Sobre o Mapeamento Espiritual]"É verdade, 'o príncipe do reino da Pérsia' impediu, por três semanas, que o anjo (presumivelmente, Gabriel) viesse até Daniel (Dn 10.12,13). No entanto, Daniel estava aspirando à visão profética, e jamais pensou em 'amarrar' o 'espírito territorial' da Pérsia. Nem o anjo o instruiu para empreender tal 'batalha'. Na verdade, em lugar algum da Bíblia sugere-se a ideia de que certos demônios tenham autoridade específica sobre certas cidades ou territórios e que devam ser 'amarrados'. [...] Paulo nunca tentou 'amarrar espíritos territoriais' para ensinar o evangelho ao mundo de sua época, portanto, por que deveríamos fazê-lo?” (HUNT, Dave. Em Defesa da Fé Cristã: Respostas a perguntas difíceis. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, pp.223-24)

III - VAMOS À BÍBLIA
Ninguém tem o direito de fazer o que quiser com a Bíblia. Vejamos, portanto, o que Bíblia ensina nas passagens reivindicadas pelos líderes defensores dessa inovação:

1. Sobre o mapeamento espiritual.
As duas passagens de Daniel falam sobre o "príncipe do reino da Pérsia" (Dn 10.13) e o "príncipe da Grécia" (v.20). São citações fora de contexto, pois se trata de guerra angelical, e não há indícios da presença humana. O gadareno "rogava-lhe muito que os não enviasse para fora daquela província" (Mc 5.10) porque Jesus havia mandado os tais espíritos para o abismo: “E rogavam-lhe que não os mandasse para o abismo" (Lc 8.31). Essa é a razão de pedirem para ficar na região; não se refere, portanto, a espíritos territoriais. Assim, fica claro que se trata de uma doutrina baseada numa interpretação equivocada.

CONHEÇA MAIS
Sobre o Ocultismo
“Ocultismo é a crença nas forças ocultas e práticas adivinhatórias da magia, astrologia, alquimia, clarividência, tarô, búzios, quiromancia, necromancia, numerologia, reencarnação, ufologia, ioga, meditação transcendental, hipnose e outras ciências ocultas. Todas essas coisas são a marca registrada da Nova Era. A palavra vem do latim occultus, que significa ‘secreto, misterioso’. Foi Eliphas Lévi, na França, em 1856, que usou pela primeira vez a palavra ‘ocultismo’ e seus derivados com o sentido de esoterismo.” Leia mais em Manual de Apolo-gética Cristã, CPAD, pp.364-65.

2. Sobre a maldição hereditária.
No segundo mandamento do Decálogo, Deus afirma visitar "a maldade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem" (Êx 20.5; Dt 5.9). Essas palavras não podem se aplicar à doutrina da maldição hereditária porque, quando alguém se converte a Cristo, deixa de aborrecer a Deus; logo, essa passagem bíblica não pode se aplicar aos crentes (Rm 5.8-10), pois estes se tornam nova criatura, "as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo" (2 Co 5.17). 0 que eles fazem com a expressão "espíritos familiares" é uma fraude. O termo usado na Bíblia hebraica é ov, ou ovoth, plural, "médium, espírito, espírito de mortos, necromante e mágico" (Lv 19.31; 20.6). Isso está muito longe de serem espíritos que passam de pai para filhos.

3.Sobre a possibilidade de o cristão ser possesso.
É bom lembrar que Saul já estava desviado nessa época (1 Sm 15.23); além disso, a Bíblia não fala de demônio, mas que "o assombrava um espírito mau da parte do SENHOR" (1 Sm 16.14). Quem foi que disse que Judas Iscariotes era crente? Foi Jesus quem disse: "Não vos escolhi a vós os doze? E um de vós é um diabo. E isso dizia ele de Judas Iscariotes" (Jo 6.70,71). E, quanto a Ananias e Safira, a Bíblia declara que eles mentiram ao Espírito Santo, e não que ficaram possessos. 0 crente em Jesus tem a promessa de Deus de que "o maligno não lhe toca" (1 Jo 5.18).
4. O homem segundo a Bíblia.
Jesus disse que "um espírito não tem carne nem ossos" (Lc 24.39). Se o espírito não tem carne nem ossos, logo se conclui que não é verdade que o homem seja um espírito. A Bíblia declara que Deus formou "o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente" (Gn 2.7). Isso mostra que o ser humano é uma combinação do pó da terra com o sopro de Deus. 0 Senhor Jesus se fez homem, pois "o verbo se fez carne" (Jo 1.14).

SÍNTESE DO TÓPICO III
Não há base bíblica para sustentar o Mapeamento Espiritual, a Maldição Hereditária e a Possessão Demoníaca do Cristão.

SUBSÍDIO BÍBLICO
"Entre estes dois momentos na narrativa está a estranha conversa entre Jesus e o endemoninhado, nos versículos 6 a 12. [...] No versículo 10 ('E rogava-lha muito que os não enviasse para fora daquela província'), então, de novo no versículo 12 (' E todos aqueles demônios lhe rogaram dizendo: Manda-nos para aqueles porcos, para que entremos neles'). A imagem está densamente acondicionada, com referências repetidas à submissão e humilhação.

Entrosado com a imagem de mesura está o fato de quem o demônio tenta ameaçar e dominar Jesus, deixando escapar o nome e o título do Senhor (v.7) e afirmando ser chamado por 'Legião', [...] porque somos muitos' (v.9). Talvez mais distintivo seja o uso que o demônio faz da linguagem de libertação ao se dirigir a Jesus: 'Conjuro-te por Deus que não me atormente' (v.7). Esta expressão é frase técnica usada por exorcistas no desempenho do exorcismo (e.g., At 19.13). Que estranho que tal linguagem fosse usada por um demônio'. E que esquisito que Jesus concedesse o pedido do demônio, no versículo 13. Estas imagens são fundidas num tipo de quebra-cabeça narrativo: Há algo mais do que os olhos percebem, mas o quê?

Esse 'algo mais' é a batalha pela alma humana. Na luta entre o povo da cidade, o homem e o demônio, está claro quem até agora tem vencido. O poder selvagem do endemoninhado é compendiado nas correntes quebradas e neste animal humano que se esquiva da sociedade, dilacera a própria carne e à noite uiva de agonia num cemitério.

O ponto é que Jesus não vê um animal humano, mas um ser humano, que foi saqueado por este espírito maligno e violento" (STRONSTAD, Roger; ARRTNGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, pp.214-15).

CONCLUSÃO
Há necessidade de equilíbrio para que os exageros dessas aberrações doutrinárias não levem o crente ao ceticismo, porque a batalha espiritual existe e ninguém deve subestimá-la. Os fatos estão registrados na Bíblia, e nenhum cristão ousa negar essa realidade. Por outro lado, os crentes devem ter maturidade suficiente para não entrar no fanatismo, mas discernir entre o que é verdadeiramente espiritual e o que é manipulação esotérica.

PARA REFLETIR
A respeito de "Batalha Espiritual-A Realidade não Pode Ser Subestimada", responda:
              Os cristãos se opõem às forças malignas; como denominamos essa oposição dos crentes?
essa oposição dos crentes denominamos "Batalha Espiritual".

              Em que se baseia a doutrina do mapeamento espiritual?
A doutrina consiste na crença de que Satanás designou seus correligionários para cada país, região ou cidade.

              Por que as palavras do segundo mandamento do Decálogo não se aplicam à doutrina da maldição hereditária?
Essas palavras não podem se aplicar à doutrina da maldição hereditária porque, quando alguém se converte a Cristo, deixa de aborrecera Deus.

              Qual a promessa do crente em Jesus que ele tem em Deus?
O crente em Jesus tem a promessa de Deus de que "o maligno não lhe toca" (1 Jo 5.18).
              O que se conclui do fato de o espírito não ter carne nem ossos?
Se o espírito não tem carne nem ossos, logo se conclui que não é verdade que o homem seja um espírito.

Lição 13 - A Humildade e o Amor Desinteressado


Lições Bíblicas do 4° trimestre de 2018 - CPAD | Classe: Adultos | Data da Aula: 30 de Dezembro de 2018
TEXTO ÁUREO
"Porquanto, qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado." (Lc 14.11)
VERDADE PRÁTICA
Jesus apresenta, a partir de seu próprio exemplo, o caminho da humildade e do amor altruísta como indispensável aos que querem servi-lo.
LEITURA DIÁRIA
Seg. Fp 2.3: Considerar os outros superior a nós mesmo
Ter. Rm 12.3: Não ter conceito elevado de si mesmo
Qua. Pv 22.4: O prêmio da humildade são riqueza, honra e vida
Qui. Ef 4.1,2: Andar em humildade é uma posição digna da nossa vocação
Sex. 1Pe 5.6: Humilhar-se debaixo da potente mão de Deus
Sab. Pv 18.12: A humildade vem sempre antes da hora
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Lucas 14.7-14
7- E disse aos convidados uma parábola, reparando como escolhiam os primeiros assentos, dizendo-lhes:
8- Quando por alguém fores convidado às bodas, não te assentes no primeiro lugar, para que não aconteça que esteja convidado outro mais digno do que tu,
9- e, vindo o que te convidou a ti e a ele, te diga: Dá o lugar a este; e então, com vergonha, tenhas de tomar o derradeiro lugar.
10- Mas, quando fores convidado, vai e assenta-te no derradeiro lugar, para que, quando vier o que te convidou, te diga: Amigo, assenta-te mais para cima. Então, terás honra diante dos que estiverem contigo à mesa.
11- Porquanto, qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado.
12- E dizia também ao que o tinha convidado: Quando deres um jantar ou uma ceia, não chames os teus amigos, nem os teus irmãos, nem os teus parentes, nem vizinhos ricos, para que não suceda que também eles te tornem a convidar, e te seja isso recompensado.
13- Mas, quando fizeres convite, chama os pobres, aleijados, mancos e cegos
14- e serás bem-aventurado; porque eles não têm com que to recompensar; mas recompensado serás na ressurreição dos justos.


HINOS SUGERIDOS: 35, 541, 355 da Harpa Cristã
OBJETIVO GERAL
Expressar o valor da humildade e do amor desinteressado.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
I- Interpretar a parábola dos primeiros lugares e dos convidados;
II- Sublinhar as grandes lições da parábola e a inversão da lógica humana;
III- Distinguir a recompensa da humildade e do altruísmo.

• INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Findamos mais um trimestre e com ele encerramos o ano de 2018. Além do que ainda temos a aprender com esta última lição, recebemos, ao longo deste trimestre, valiosos esclarecimentos para a nossa caminhada cristã. A revista não poderia terminar melhor, pois estamos diante de mais uma lição essencialmente prática. Para além das importantes questões concernentes à vida espiritual, a presente lição é uma aula de etiqueta e de como comportar- se em sociedade e em ambientes específicos onde o exercício do bom senso e da discrição só faz bem. Aproveitemos uma vez mais essa oportunidade de aprendizado para melhorarmos nosso comportamento e forma de relacionar-se. Uma excelente aula e término de trimestre.
PONTO CENTRAL: Humilhar-se e praticar o amor sem esperar nada em troca são posturas cristãs.
INTRODUÇÃO
Jesus contou a parábola dos primeiros assentos, ou lugares de honra, e dos convidados, ao participar de uma refeição na casa de um fariseu. Ele instruiu a todos acerca da humildade e do perfil das pessoas que devem ser convidadas para ocasiões especiais. O verdadeiro objetivo do fariseu, e de seus companheiros, era encontrar algo em Cristo que pudesse condená-lo. Na ocasião, Jesus observou o perfil dos convidados e notou que eles buscavam escolher os primeiros lugares. Foi a partir dessa observação, e também do perfil dos convidados, que o Mestre contou essa curta, mas instrutiva, parábola.

I- INTERPRETAÇÃO DA PARÁBOLA DOS PRIMEIROS LUGARES E DOS CONVIDADOS

1. O dia, a ocasião e o local.
O dia, a ocasião e o local onde essa parábola foi contada são três pontos importantes para se entender sua importância. No início do capítulo somos informados que, num sábado, Jesus fora comer na casa de um dos chefes dos fariseus e deparou-se com um homem hidrópico, (Lc 14.1,2). Após provocar os fariseus que ali estavam, Jesus curou o enfermo e ele se foi (Lc 14.3,4). O Mestre então revelou que os religiosos que se encontravam ali faziam determinados trabalhos que eles julgavam importantes em dia de sábado (Lc 14.5), e que curar o homem, sem importância para eles, certamente era lícito, por isso, "nada lhe podiam replicar sobre isso" (Lc 14.6). Uma vez que se tratava de uma refeição, era comum, em ocasiões como essa, haver uma distribuição especial de lugares para os convidados que, normalmente, se assentavam ao redor de uma mesa quadrangular, cuja posição central era ocupada pelo anfitrião, e, bem próximo a ele, isto é, à esquerda e à direita, posicionavam-se os convidados mais distintos. Era costume um convidado ser honrado pelo dono da festa. Desejar esta homenagem não era algo errôneo, porém, na ansiedade de buscar tal honraria, muitos se excediam, demonstrando ausência de humildade e desejo por reconhecimento humano.

2. A parábola.
É com este contexto em mente que devemos estudar a parábola dos primeiros assentos e dos convidados. Havia dois objetivos por parte do Senhor. Primeiro, Ele procurava ensinar aos convidados e, ao mesmo tempo, os seus discípulos e a todos os que o aceitam, acerca de não se buscar lugares de honra, pois no Reino de Deus servir é mais importante do que ocupar uma posição. Segundo, ao curar o hidrópico, Jesus instruía ao anfitrião, e a todos nós, que não devemos ser seletivos quanto aos convidados para uma ocasião especial, pois assim < orno Deus aceita a todos, devemos ser prestativos e servir a todos, pois se atendermos pessoas abastadas, elas vão querer nos retribuir, e isso será a nossa recompensa (v.12).

3. Os grandes ensinamentos da parábola.
Os ensinamentos de Jesus para os convidados não são uma série de bons conselhos sobre etiqueta social, mas lições com significado prático-espiritual. Por isso, esta última lição visa conscientizar-nos de nossa postura enquanto discípulos de Cristo, destacando a importância de, na prática, demonstrarmos o quanto vivemos sob uma forma diferente da do mundo (Rm I 2.2; Mt 20.17-28).
SÍNTESE DO TÓPICO I
A interpretação da parábola dos primeiros lugares e dos convidados ensina-nos grandes verdades prático-espirituais.


SUBSÍDIO EXEGÉTICO
"A parábola é, na verdade, uma repreensão de muitos à mesa de jantar. Na maioria das culturas, há lugares de muita e de poucas honras numa refeição (Bratcher, 1982, p.244). Pessoas de posição social mais alta têm lugares mais próximos do anfitrião. Para ensiná-los a ordem das coisas de Deus, Jesus começa exortando-os a que, se são convidados a um casamento, tomem os lugares mais baixos. Urna pessoa de mais destaque que eles pode ter sido convidada. Se um convidado chegar antes dessa pessoa e tomar o assento mais próximo do anfitrião, ele corre o risco de ser humilhado. O anfitrião pedirá àquele que está num lugar de honra a sair. O convidado presunçoso talvez descubra que a maioria dos lugares está ocupado, o que o forçará a ocupar um lugar menos desejável. Sua autopromoção o levou à vergonha e humilhação.

"Jesus não recomenda a prática da falsa humildade, mas o convidado que, de começo, toma o lugar mais humilde não se arrisca a passar vexame. De fato, quando o anfitrião o vir sentado em lugar humilde, ele o convidará a se sentar mais para cima. Isto lhe dá honra aos olhos de todos os convidados no casamento.

"Jesus se dirigiu aos convidados. Agora Ele se volta para o anfitrião. 0 que Ele lhe diz também se aplica aos líderes religiosos, Os fariseus excluíam os pobres, os aleijados, os mancos e os cegos da plena participação da vida religiosa. Para contornar esta prática, Jesus indica que a hospitalidade deve ser estendida a todos e adverte contra incluir somente os amigos, os parentes, os ricos e os famosos.

"A tentação é entreter só o nosso grupo. Quando um anfitrião convida outros para jantar em sua casa, ele deve incluir aqueles que não lhe podem devolver o favor. Se ele sente que os convidados vão retribuir-lhe o convite, o que ele deu? Nada! É apenas comércio, sem ter generosidade. Sua hospitalidade é motivada por desejo de recompensa. Mas a verdadeira hospitalidade e generosidade ocorrem quando não há possibilidade de retribuição. Aqueles que querem agradar a Deus devem alcançar os pobres e os que sofrem de incapacidade física ou mental Jesus não proíbe que convidemos os que podem nos retribuir o convite, mas proíbe que esqueçamos os que não estão em posição de retribuir. Â generosidade e a bondade não devem ser usadas para ganhar poder sobre os outros e a colocá-los em dívida para conosco. A verdadeira hospitalidade, instigada por amor genuíno, não tem restrições" (ARRINGTON, F. L. in ARRINGTON, French L.; STRONDAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal 1.ed. Rio de Janeiro; CPAD, 2003, pp.415,416).

II-AS GRANDES LIÇÕES DA PARÁBOLA E A INVERSÃO DA LÓGICA HUMANA

1. A primeira grande lição da parábola.
Esta parábola ensina, acima de tudo, a humildade como marca de um verdadeiro seguidor de Cristo (Lc 9.23,24). Jesus instrui que é prudente a qualquer convidado ocupar sempre o lugar de menor destaque à mesa, e que esse comportamento deve ser sincero, pois cabe ao anfitrião a prerrogativa de julgar quem deve ser reconhecido (vv.8,9). A lição está na ideia de que ocupar de forma espontânea uma posição humanamente inferior ensejava a oportunidade de se experimentar algo realmente honroso, ou seja, ao portar-se de maneira humilde o convidado poderia ser honrado com naturalidade, uma vez que, se fosse chamado a ocupar um lugar à frente, se destacaria em relação à posição em que se encontrava (v.10). Ao contrário, se caso se colocasse num local de destaque, sem ter sido convidado para isso, experimentaria o caminho da vergonha, sendo removido para dar lugar a alguém que o anfitrião julgasse merecedor e digno daquela honra (vv.8,9).

2. A segunda grande lição da parábola.
Além da sensatez que faz a opção pela humildade, Cristo ensina nesta parábola que se formos dar um jantar devemos convidar e acolher os menos favorecidos (v.13). A ênfase da segunda grande lição ensinada por Cristo mostra que as ações devem ser praticadas sem esperar reciprocidade alguma (v.12). Tais práticas devem nortear os pensamentos dos verdadeiros seguidores do Mestre, pois Ele mesmo assim vivia e praticava boas ações com espírito humilde e amor desinteressado (Mt 20.28; Jo 10.17,18; 15.13). Este ensinamento de Cristo, naturalmente, não se refere apenas ao ato de convidar alguém para jantar, mas diz respeito a todas as atividades que são realizadas em favor de algum próximo que não tem como nos retribuir (Mt 25.34-40).

3. A lógica do Reino é diferente da humana.
As duas grandes lições da parábola dos primeiros assentos e dos convidados desafiam a lógica humana, pois nesta prevalecem os adágios e as estratégias oportunistas, mas na lógica do Reino tudo é diferente (Mt 20.25- 28 cf. v.11). De igual forma, devemos ajudar os que não têm condições, pois estes geralmente são esquecidos, pois não tendo nada a oferecer, acabam abandonados. O Senhor, porém, ensina que quando formos realizar algo assim, devemos convidar "os pobres, aleijados, mancos e cegos" (v.13), pois estes não têm como nos "recompensar" (v.14). Isso, porém, não significa que ficaremos sem recompensa.

SÍNTESE DO TÓPICO II
Humildade e amor desinteressado são as grandes lições ensinadas nesta parábola que também desafia a lógica humana.

SUBSÍDIO HISTÓRICO-CULTURAL
"Na época de Jesus, o costume judaico em um jantar era dispor os assentos em forma de U com uma mesa baixa diante deles. Os convidados se apoiariam no cotovelo esquerdo, e estariam sentados de acordo com a sua posição social, sendo o lugar de honra o assento no centro do U. Quanto mais distante do lugar de honra, menor o status. Se alguém se colocasse no primeiro lugar e então chegasse outro convidado mais digno, lhe pediriam que passasse para um lugar inferior. Mas a esta altura o único lugar vago seria o derradeiro, no final da mesa" (Comentário do Novo Testamento. Vol 1. 1.ed. Rio de Janeiro: (PAD, 2009, pp.417-18).

III-A RECOMPENSA DA HUMILDADE E DO ALTRUÍSMO

1. Humildade e altruísmo.
Nesta parábola Cristo nos ensina o cultivo da humildade e do desprendimento-também conhecido como amor desinteressado ou  altruísmo -, como características indispensáveis ao verdadeiro cristão. Mais do que uma lição de educação humana, Cristo fala sobre o privilégio que possuímos de «-t vir e não de sermos servidos (Mc 10.45), exultando o serviço ao próximo não por vangloria, mas por dedicação pessoal e altruísmo (Pv 18.12; Rm 12.9,10; Fp 2.3-11).

2. Amor, a palavra-chave do altruísmo.
Atualmente a palavra amor está desgastada, pois muitos "amam" apenas de lábios, mas não de verdade (1 Jo 3.18). O texto bíblico, porém, é bastante enfático: "O amor não seja fingido" (Rm 12.9a). O amor é a palavra-chave do altruísmo, pois este só pode ser praticado em amor e, por sua vez, o amor só pode ser revelado na prática (Tg 2.15-17; 1Jo 3.17).

3. A recompensa.
Retribuir uns aos outros não é altruísmo, mas ajudar aos que estão necessitados certamente o é, pois isso trará grande recompensa (vv,12b,14; Mt 10.40-42). Ninguém que ajude e estenda a mão aos necessitados ficará sem retribuição da parte do Senhor (Mt 25.34-40).

SÍNTESE DO TÓPICO III
A humildade e o altruísmo não devem ser praticados por causa de reconhecimento, mas sua prática com motivações corretas trará recompensa da parte de Deus.

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
"Partir o pão com os necessitados e os inválidos nunca passará sem ser percebido pelo Pai divino. Embora eles não possam nos oferecer recompensa, Deus pode e recompensa. O que os pobres e os que sofrem de incapacidade física ou mental não podem fazer por nós, Ele fará 'na ressurreição dos justos'. Quer dizer, no dia em que os justos ressuscitarem, Deus dará uma recompensa esplêndida àqueles que foram generosos com os necessitados e os fracos. Tais indivíduos mostram por seu serviço amoroso que aprenderam a viver a vida do Reino na terra, e eles serão recompensados com justiça no tempo do fim" (ARRINGTON, F. L. In ARRINGTON, French L.; STRONDAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.416).
CONCLUSÃO
Jesus aconselhou as pessoas a não se apressarem a ocupar os melhores lugares em um banquete. Entretanto, hoje muitos estão ansiosos por elevar a sua posição social. A quem você procura impressionar? Em vez de buscar prestígio, procure um lugar onde você possa servir. Se Deus quiser que você o sirva em uma escala maior, Ele mesmo o convidará a ocupar uma posição elevada.

PARA REFLETIR
A respeito de "A Humildade e o Amor Desinteressado" responda:

• Cite os três pontos importantes para se entender essa parábola.
O dia, a ocasião e o local onde essa parábola foi contada são três pontos importantes para se entender sua importância.

• Quais eram os dois objetivos do Senhor ao contar essa parábola?
Primeiro, Ele procurava ensinar aos convidados e, ao mesmo tempo, os seus discípulos e a todos os que o aceitam, acerca de não se buscar lugares de honra, pois no Reino de Deus servir é mais importante do que ocupar uma posição. Segundo, ao curar o hidrópico, Jesus instruía ao anfitrião, e a todos nós, que não devemos ser seletivos quanto aos convidados para uma ocasião especial, pois assim como Deus aceita a todos, devemos ser prestativos e servir a todos, pois se atendermos pessoas abastadas, elas vão querer nos retribuir, e isso será a nossa recompensa.

• Segundo a parábola, a quem devemos convidar quando formos realizar algum evento?
Cristo ensina nesta parábola que se formos dar um jantar devemos convidar e acolher os menos favorecidos.

• Quais são as características indispensáveis ao verdadeiro cristão e que são ensinadas nesta parábola?
Nesta parábola Cristo nos ensina o cultivo da humildade e do desprendimento também conhecido como amor desinteressado ou altruísmo, como características indispensáveis ao verdadeiro cristão.

• Diante do que aprendemos hoje, você acredita que tem sido humilde e altruísta?
Resposta pessoal.