Casamento, Divórcio e recasamento
Pr. Jorge Nilson
É muito preocupante quando queremos ser mais santo que Deus.
A bíblia diz no livro de Eclesiástes 7:16: “Não sejas demasiadamente justo, nem demasiadamente sábio; por que te
destruirias a ti mesmo?” Isso serve para os que querem condenar todo o
mundo ao inferno semelhantemente como fez o fariseu na sua “oração” em Lc. 18:9,
“confiavam em si mesmos, por se
considerarem justos, e desprezavam os outros”. O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: “Ó Deus, graças
te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros;
nem ainda como este publicano.” Lc.18;11 e 12.
Outrossim, é inquietante quando deixamos de ver as coisas
como Deus ver. Deus ver o pecado como pecado, e muitos veem apenas como falha
humana. Equilíbrio bíblico e cristão, deve ser a nossa maneira de viver.
Nestes últimos tempos está em cumprimento várias profecias
sobre o esfriamento do amor, apostasia e doutrinas de demônios. Falsos
ensinamentos e práticas pecaminosas tem sido largamente defendida por vários
corações e mentes insipientes. Negligentes com o reto e divino ensinamento
cristão, muitos púlpitos tem sido transformados largamente em tribunas
mundanas, secularistas e destruidoras da fé cristã.
O casamento, que é uma criação exclusiva de Deus, além de
está em constante ataque, tem sido alvo de deturpação e “proibição” (I TM 4:3).
Muitos cristãos tem se destituídos da pureza do casamento. E cumpre-se na vida
destes, o que está escrito em Lc. 17:26 e 27 que diz “E, como aconteceu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho
do homem. Comiam, bebiam, casavam, e davam-se em casamento, até ao dia em que
Noé entrou na arca, e veio o dilúvio, e os consumiu a todos”.
Quais são as semelhanças aos dias de Noé? Jesus disse:
“Comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento”, v27. A expressão “casavam e davam-se
em casamento” quer dizer, literalmente, casar
e descasar-se seguidamente.
Os nossos dias não são diferentes dos dias anteriores ao
dilúvio. As pessoas preocupam-se apenas com o seu bem-estar, sem colocar o
crivo da Palavra do Senhor em suas vidas. Deus não é citado nesta passagem. O
que prevalece é o homocentrismo, hedonismo, secularismo... Em 2 Timóteo 4.10,
Paulo conta que Demas se perdeu, “amando
o presente século (aion)”. Demas foi um obreiro que amou o secularismo.
Isso também chegou ao púlpito da igreja. A Prática do
divórcio e o recasamento, agora fazem parte da estrutura organizacional de
muitas igrejas. Quando não é tácita, é expressa essa aprovação.
A Assembleia de Deus do ministério Madureira “liberou” o
divórcio entre os pastores.
Este documento emitido pela CONAMAD – CONVENÇÃO NACIONAL DAS
ASSEMBLEIAS DE DEUS NO BRASIL MINISTÉRIO DE MADUREIRA, comprova essa liberação ao casar-se e dar-se
em casamento:
Mas não pensem vocês que essa prática, que ofende a Deus e a
sua Palavra, agora oficial na CONAMAD, está apenas nesta convenção ou igreja.
Há um silêncio monumental da parte dos atuais pregadores, e pastores, pois os
mesmos não condenam essa prática de recasamento. É claro que cada caso deve ser
analizado de maneira bíblica e cuidadosa.
Em algumas pesquisas que efetuei, tive que simplificar os
textos abaixo para um melhor entendimento deste asunto.
Algumas preliminares
e definições sobre este assunto devem ser ditas:
Prostituição é qualquer favor sexual entre um homem e uma mulher sem
marido, feito por dinheiro ou por outras recompensas materiais.
Fornicação, num sentido 1, estrito, é qualquer favor sexual entre um
homem e uma mulher sem marido, feito consensualmente, sem ser por dinheiro nem
por outras recompensas materiais.
Fornicação, num sentido 2, mais amplo, é qualquer atividade sexual não
permitida por Deus na Sua Palavra, a Bíblia (isto inclui fornicação num sentido
restrito, adultério, prostituição, homossexualismo masculino e feminino
(lesbianismo), bestialismo, etc.)
Casamento é a solene promessa mútua (explícita ou tácita, usualmente ante
testemunhas e formalmente), entre um homem e uma mulher, de serem esposo e
esposa, formarem um casal, uma família, serem uma só carne, indivisivelmente,
com toda fidelidade prometida, até que a morte os separe.
Casamento não é o ato de o homem, pela primeira vez ou não,
quer por estupro ou por fornicação consensual, ter favores sexuais de uma
determinada mulher (virgem, ou viúva, ou divorciada, ou prostituta, ou que é
fornicária com outros homens).
Adultério é quebra (de uma vez por todas fica quebrada) dos votos de um casamento.
Adulterar
é desrespeitar (de uma ver por todas fica desrespeitado), é infringir (de uma
vez por todas fica infringido) o pacto de um casamento.
Adúltero é quem adulterou, é quem infringiu o pacto do casamento (seja o
casamento do adúltero, ou o da adúltera).
Acontecimentos e Perspectivas bíblicas sobre o casamento
Casamento antes da queda: Deus não trata de morte, nem de divórcio. Simplesmente
diz “E disse o Senhor Deus: Não é bom
que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele. E da costela
que o Senhor Deus tomou do homem, formou uma mulher, e trouxe-a a Adão.
E disse Adão: Esta é
agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher,
porquanto do homem foi tomada.
Portanto deixará o
homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma
carne. E ambos estavam nus, o homem e a sua mulher; e não se envergonhavam.” Gn. 2:18, 22-25. O casamento era
INDISSOLÚVEL.
Casamento após a queda: Deus nunca aprovou a poligamia, apenas tolerava. A mensagem
oral divina ainda prevalecia: “Portanto
deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão
ambos uma carne. E ambos estavam nus, o homem e a sua mulher; e não se envergonhavam.”
O primeiro exemplo de poligamia / bigamia na Bíblia foi
Lameque em Gênesis 4:19: “E tomou
Lameque para si duas mulheres…”
Devido ao regime do patriarcado, na civilização antiga, a
poligamia era praticada por questões culturais. Não havia ainda determinações
divinas reveladas. Apenas o conhecimento do testemunho de Deus, pela natureza,
em relação a sua existência. O senso comun e a questão cultural prevaleciam.
Várias ocorrências tragicas são relatadas na Bíblia, devido a
essa prática. Vários homens importantes na Bíblia eram polígamos. Abraão, Jacó,
Davi, Salomão e outros tinham várias mulheres.
Casamento após a promulgação da Lei:
Deuteronômio 24:1-4: “1
Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, então será que, se não
achar graça em seus olhos, por nela encontrar coisa indecente, far-lhe-á uma
carta de repúdio, e lha dará na sua mão, e a despedirá da sua casa. 2 Se ela,
pois, saindo da sua casa, for e se casar com outro homem, 3 E este também a
desprezar, e lhe fizer carta de repúdio, e lha der na sua mão, e a despedir da
sua casa, ou se este último homem, que a tomou para si por mulher, vier a
morrer, 4 Então seu primeiro marido, que a despediu, não poderá tornar a
tomá-la, para que seja sua mulher, depois que foi contaminada; pois é
abominação perante o Senhor; assim não farás pecar a terra que o Senhor teu
Deus te dá por herança.”
Quem garante que Deus aceita o divórcio com alegria? É mais
grantido na Bíblia o desgosto de Deus em relação ao divórcio: “Porque o Senhor, o Deus de Israel diz
que odeia o repúdio, e aquele que encobre a violência com a sua roupa, diz o
Senhor dos Exércitos; portanto guardai-vos em vosso espírito, e não sejais
desleais. Ml. 2:16.
A visão principal bíblica é que não haja divórcio de forma alguma. Mesmo que
exista o pecado da infidelidade, a perspectiva divina é que Deus odeia o
divórcio.
As duas fases do casamento judeu eram as seguintes: a
primeira, já indossolúvel (exceto por pecado sexual da mulher) ia da declaração
pública do votos de fidelidade, até união dos corpos. A segunda fase seguia
desde essa união de corpos, morar juntos, também indissolúvel, (salvo, por
pecado sexual da mulher).
José e Maria estavam casados, mas não tinham relações sexuais
Mt. 1:18, 19.
Apesar da Bíblia não tratar de casos específicos de divórcio,
temos alguns “regimes” ou casos genéricos delineados que ajudam muito na
análise das diversas situações. São eles o Regime Ordinário em que segue
as seguintes diretrizes: Primeiro:
qualquer que repudiar a sua mulher e se casar com outra adultera; Segundo: o que se casar com a repudiada
adultera; Terceiro: se a mulher
repudiar a seu marido e se casar com outro, adultera.
O Regime de Exceção: “Eu, porém, vos
digo: Quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais
ilícitas, e casar com outra, comete adultério…” (Mt 19.9).
O Regime Misto: Em 1 Coríntios 7, depois de referir-se ao regime ordinário
que é sempre o ponto de referência para qualquer discussão sobre o assunto,
Paulo diz: “Aos mais digo eu…”
(v.12). Em outras palavras, ele vai tratar de uma situação não coberta pelo
regime ordinário, um caso especial. São os casamentos mistos, entre um cônjuge
convertido e um não-convertido.
Muitos erros de interpretação resultam da aplicação dos
textos em casos que não se enquadram no regime respectivo. Entretanto há uma
pergunta em relação ao texto de Dt. 24:1, pois aparece apenas uma vez nos
textos hebraicos:“Quando um homem tomar
uma mulher e se casar com ela, então será que, se não achar graça em seus
olhos, por nela encontrar coisa indecente, far-lhe-á uma carta de repúdio, e
lha dará na sua mão, e a despedirá da sua casa”.
Quem poderia dizer que coisa indecente é esta, quando o
próprio texto não diz? Qual é o alcance dela? Que coisa indecente, vergonhosa,
é esta?
Dentre as várias escolas de interpretação sobre este e outros
assuntos, duas se destacavam e
certamente eram procuradas para dirimir algumas dúvidas sobre vários aspectos
do Antigo Terstamento. São elas as escolas de Hillel (o Gamaliel de Atos 5.34
era neto de Hillel), e, do outro, Shamai. A escola de Hillel era uma escola bem
liberal e, basicamente, interpretava essa palavra por qualquer coisa que
incomodasse ao esposo. Conseqüentemente, os que seguiam a sua interpretação
permitiam o divórcio por qualquer motivo. Por outro lado, Shamai era o
representante de uma escola mais restrita e interpretava essa palavra como
“fornicação”; para ele nenhum outro motivo era justificado para autorizar o
divórcio.
Mesmo nesta coisa
indecente, ou nestas coisas indecentes, era com desgosto que Deus tolerava o
divórcio. Entre os judeus naqueles dias, era um pecado na área moral-sexual,
grave, mas bem menor que adultério, lesbianismo, bestialismo, etc., pois estes
deviam ser punidos por apedrejamento. Há uma exposição de vários motivos,
segundo alguns estudiosos, sobre essas coisas indecentes, tais como: "brincadeiras
sexuais" da mulher com outro homem, antes do casamento; exigir aberrações tais como sexo anal; sadismo
ou masoquismo ou qualquer outra perversão; permanente e injustificadamente
recusar-se a ter sexo com seu cônjuge; ou exigir pagamento ou impor pesadas
condições para isto; exigir posições acrobáticas ou humilhantes; durante o ato
conjugal, sussurrar palavras de amor a outra pessoa, ou exprimir repulsa/
zombaria/ insulto, ou gritar imoralidades a plenos pulmões para ser ouvida a
grande distâncias; viver conversando pornografia, etc.
Como hoje não há apedrejamento: não se refere ao homem ter
"deixado de vibrar" pela esposa, não se refere à "incompatibilidade
de gênios", nem às dezenas de outras desculpas esfarrapadas e sem-
vergonhas de hoje: refere-se a pecado grave na área moral-sexual. Além dos
exemplos anteriores, podemos adicionar: adultério, lesbianismo, bestialismo,
etc.
- Compare Mt 19:3-9, abaixo.
Dt. 24:2-4: (2) “Se
ela, pois, saindo da casa dele, for e se casar com outro homem,(3) e este
também a desprezar e, fazendo-lhe carta de divórcio, lha der na mão, e a despedir
de sua casa; ou se este último homem, que a tomou para si por mulher, vier a
morrer;(4) então seu primeiro marido que a despedira, não poderá tornar a
tomá-la por mulher, depois que foi contaminada; pois isso é abominação perante
o Senhor. Não farás pecar a terra que o Senhor teu Deus te dá por herança”.
Sempre devemos observar na Bíblia, o que é mandamento e o
quer são condicionais. Não há ordem para o divórcio nestes versículos de Dt.
24:2-4. Limites estão sendo impostos para diminuir o mal. Observe:
SE um homem descobrir "coisa
vergonhosa" na sua esposa, SE
ele não puder perdoá-la, e SE ele a
repudiar, ao menos dê-lhe carta de divórcio, e saiba (aqui está o mandamento!)
que, SE ela vier a ser divorciada ou
Se tornar viúva de casamento
posterior, jamais poderá ser aceita por esposo anterior (aqui está o
mandamento!). (Grifo nosso).
Em Oséias 3 a bíblia
mostra o ideal de Deus em que o cônjuge inocente perdoe, e por amor, mostre
graça e compaixão pelo cônjuge infiel. Em Ml. 2:14-16 deixa bem claro que Deus odeia
o divórcio. E aqui o Senhor disciplinou o divórcio que já era comum em
Israel.
Mat 5:31-32. 31 “Também
foi dito* (Este foi dito pelos homens, não por Deus): Quem repudiar sua mulher,
dê-lhe carta de divórcio. (32) Eu, porém, vos digo que todo aquele que repudia
sua mulher (Isto sim, foi dito por Jesus), a não ser por causa de infidelidade,
a faz adúltera; e quem casar com a repudiada, comete adultério. (Deus tolerou
mesmo com desgosto, um divórcio iniciado pelo homem, em que a esposa cometeu um
grave pecado)”.
* Este é dito dos homens, não de Deus, de modo algum: "O
homem que quiser, divorcie-se de sua mulher, por qualquer motivo que alegue,
desde que lhe dê carta de divórcio, para ela também ficar livre para
recasar."
Quanto ao recasamento, isto é, casamento após o divórcio:
Se o homem for totalmente inocente (como isto é raro!) e a
mulher ser culpada de grave pecado moral-sexual, Deus tolera com tristeza que a
parte inocente volte a se casar (mas não com esposa que ele já divorciou e foi
depois de outro homem.
Deus expressou não tolerar que a mulher culpada volte a se
casar.
Deus não tolera, mesmo com desgosto, que a mulher divorciada
e totalmente inocente (que coisa rara!) volte a se casar. Talvez aceite, com tristeza,
como para com o homem inocente, mas ninguém pode ter esta certeza. A Bíblia
também não trás nenhum exemplo de uma mulher crente, mesmo injustamente
divorciada pelo seu marido, voltando a se casar com outro homem.
A melhor coisa a fazer, já que não existe permissão, nem
exemplo bíblico em que uma mulher voltou a casar após o divórcio, então o
melhor, o mais seguro, é a mulher realmente crente ir pelo lado da segurança...
Isto é, reconhecer que Deus não aceita que haja o recasamento após o divórcio,
estando o seu marido vivo. Ademais, há o terrível risco de que Rm 7:3 “De sorte que, vivendo o marido, será
chamada adúltera se for de outro marido; mas, morto o marido, livre está da
lei, e assim não será adúltera, se for de outro marido”, também se aplique
à mulher divorciada (mesmo que seja
absolutamente inocente), ninguém tem certeza de que não.
A perspectiva de Mateus 19:3-12. É uma resposta de demanda de
Jesus com os fariseus. (3) Aproximaram-se
dele alguns fariseus que o experimentavam, dizendo: É lícito ao homem repudiar
sua mulher por QUALQUER motivo? Vejam que os fariseus disseram por qualquer
motivo. (4) “Respondeu-lhe Jesus: Não
tendes lido que o Criador os fez desde o princípio [um] homem e [uma] mulher (uma
só carne), (5) e que ordenou: Por isso deixará o homem pai e mãe, e unir-se-á a
sua mulher; e serão os dois UMA só carne? (6) Assim já não são mais dois, mas
UMA só carne. Portanto o que Deus ajuntou, não o separe o homem (a). (7)
Responderam-lhe: Então por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio e
repudiá-la? (8) Disse-lhes ele: Pela dureza de vossos corações (o homem tem o
coração duro para perdoar a mulher, ela o faz mais frequentemente) Moisés vos
permitiu repudiar vossas mulheres; mas não foi assim desde o princípio. (9) Eu
vos digo porém, que qualquer que repudiar sua mulher (b) , a não ser por causa
de FORNICAÇÃO, e casar com outra, comete ADULTÉRIO; e o que casar com a
repudiada também comete adultério. (10) Disseram-lhe os discípulos: Se tal é a
condição do homem relativamente à mulher, não convém casar. (11) Ele, porém, lhes disse: Nem todos podem
aceitar esta palavra, mas somente aqueles a quem é dado. (12) Porque há eunucos
que nasceram assim; e há eunucos que pelos homens foram feitos tais; e outros
há que a si mesmos se fizeram eunucos por causa do reino dos céus. Quem pode
aceitar isso, aceite-o”.
Sempre é bom ter em mente que "Porneia", em Grego,
abrange qualquer pecado sexual: fornicação (mulher solteira), ou adultério
(mulher casada), ou prostituição (mulher paga), etc.
Pela construção da frase, vemos que "comete adultério"
não expressa algo contínuo, exprime apenas um
ponto no tempo, não que o recasamento é um adultério CONTÍNUO. Por isso,
não podemos exigir que um recasado, crente ou não, interrompa seu atual casamento.
Quando acontece um divórcio, (Deus nunca se alegra com o divórcio,
é triste, é terrível, é...) o casamento se dissolve. Tornam-se ex. Se ambos
ficarem sem recasar-se, acredito que podem retornarem ao casamento. Mas, se um
dos ex casar-se, Deus não aceita que voltem ao convívio marital do casamento
anterior Dt. 24:1-4.
Analizando Rm.7:3 este texto mostra que o marido ainda é
dela, não fala de divórcio e sim de adultério. Caso contrário, seria seu
ex-marido. Em João 4, Jesus disse a mulher samaritana que ela teve cinco maridos, não acredito que foi viúva de cinco maridos, Jesus
não traria isso à tona. Mas agora ela vivia com um homem em total fornicação. Mas
lembrem-se Jesus chamou-os de tiveste cinco MARIDOS. PORTANTO, CASAMENTOS VÁLIDOS.
Outro texto interessante falando sobre separação, divórcio e
recasamento está em I Coríntios 7:10-15, 27, 39-40: “...que a mulher não se aparte do marido ; (11) se, porém, se apartar (no original, se for apartada, pois na Bíblia a mulher nunca se apartava,
sempre era a decisão do marido) , que fique sem
casar, ou se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher. 12...
Se algum irmão tem mulher incrédula, e ela consente em
habitar com ele, não se separe dela. (13) E se alguma mulher tem marido incrédulo,
e ele consente em habitar com ela, não se separe dele (às
vezes a mulher tomava a decisão contrariando a tradição), (14) Porque o marido incrédulo é
santificado pela mulher... (15) Mas, se o incrédulo se apartar,
aparte-se; porque neste caso o irmão, ou a irmã, não está sujeito à servidão;
pois Deus nos chamou em paz”. (O sofrimento
de muitos irmãos com conjuges incrédulos, é a servidão referida neste texto, e não o permanecer solteiro. Pois os
versículos 10 e 11 já diz para não apartar-se). (27) “Estás ligado a mulher? não procures separação... (39) A mulher está
ligada enquanto o marido vive; mas se falecer o marido, fica livre
para casar com quem quiser, contanto que seja no Senhor. (40) Será, porém, mais feliz se permanecer
como está...”
Alguns dizem que mesmo separados (divórciados) ele ainda é o
marido e ela ainda é a esposa. Mas Jesus disse disse à mulher samaritana: tiveste
cinco maridos..
Outros interpretam que após o divórcio deixam de ser marido e
mulher. Estamos tratando de uma perspectiva BÍBLICA e não na lei dos homens. É difícil
colocar em prática assuntos relacionados a casamento, divórcio e recasamento.
Os três evangelho sinópticos tratam sobre este assunto (Mt
5.31,32; 19.3-9; Mc 10.2-12; Lc 16.18) mas somente Mateus trata sobre a cláusula
de exceção “Eu, porém, vos digo: Quem
repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar
com outra, comete adultério…”Mt.19:9. Deus não ordenou o divórcio e nem
Moisés, este apenas permitiu por causa da dureza de coração. Jesus deixou uma
excecção muito limitada para o divórcio.
Ainda que para Deus o casamento é indissolúvel, Jesus
reconheceu que existem atos tão fortes que comprometem o casamento. Mesmo assim,
o Senhor Deus odeia o divórcio.
Os três regimes que existem em relação ao casamento e
divórcio, o Regime Ordinário, o Regime de Exceção e o Regime Misto, seguindo
nesta ordem, o que a igreja deve adotar?
Não podemos ignorar a cláusula de exceção que Jesus colocou: “Eu, porém, vos digo: Quem repudiar sua
mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra,
comete adultério…” (Mt 19.9). Devemos aplicar também, quando necessário, o que Paulo falou sobre o casamento misto:
I Coríntios 7:10-15, 27, 39-40.
Mas, sempre tendo em mente o regime ordinário.
Finalizando, coloco aqui um assunto um pouco mais delicado: um
pastor deve casar-se novamente após um divórcio e continuar pastoreando uma
igreja?
Existem postulantes ao santo ministério que ainda não foram
trabalhados e preparados para assumir tão árdua tarefa. As responsabilidades
são tantas, antes de assumir tal missão, imaginem após assumi-la.
A Bíblia fala sobre o divórcio, e vimos sobre os regimes
existentes. Em nenhum deles aprova o segundo casamento. Quando José soube que Maria
estava gravida, ele intentou deixá-la secretamente. Mas lembre-se, eles ainda
não tinham tido relações sexuais, pois estavam na primeira fase do casamento. José
poderia largar Maria, se assim o fizesse, e poderia casar-se, pois ainda não
haviam se relacionado sexualmente. Mas, se houvesse sexo, ele poderia deixá-la,
Deus não aprovaria o divórcio, mas, se assim o fizesse, deveria ficar sem casar-se.
Só em um pastor divorciar-se já é um impedimento ao
ministério pastoral. Um pastor que trai a esposa, abandona-a e casar-se com a
amante, piora muito a sua situação. Qual é o exemplo que eles, o novo casal de
adúlteros, darão aos membros? Há várias razões para esse impedimento:
1 Ele
não é exemplo dos fiéis.
Ele não é irrepreensível.
Ele
não é marido de uma só mulher.
Ele
não tem autoridade para exortar nem aconselhar.
Ele
contradiz a própria palavra que prega por exercer, em rebeldia, uma posição
para a qual Deus não o permitiu nem o chamou.
Ele
seria um desastre espiritual a médio e longo prazo para a igreja imatura que o
aceitar.
Ele
desonra o gesto nobre de ex-pastores que abandonaram o ministério por
fracassarem no casamento.
Ele
destruiu o modelo de compromisso eterno e indissolúvel entre Cristo e a igreja.
Ele
não pode celebrar nenhum casamento.
Ele
está contribuindo para a degeneração dos padrões familiares das gerações
seguintes.
Não devemos admitir um pastorado de
alguém que não teve como governar bem a sua casa. Aliás, nenhum cargo de
liderança deve estes receber. Por extensão, eu diria que divorciado e novo cônjuge de
divorciado não devem ter absolutamente nenhum cargo ou função que impliquem
grau nenhum de liderança (formal ou informal) na sua igreja: não devem ser
pastor, presbítero, diácono, membro da diretoria, presidentes de departamentos,
maestros, solistas no coral, professores, palestrantes, líderes, etc..
Basta aos mesmos ficarem congregando e pedindo a
Deus misericórdia pelas suas almas.
Excelente texto!
ResponderExcluirGrato pela sua participação
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